Cuba – Havana Parte I

Chegamos a Havana numa sexta-feira por volta do meio dia, mas nosso quarto só seria liberado as 14 hs, como estávamos com muita fome comemos na Cafeteria La Rampa, anexa ao hotel. Os preços são caros em relação ao resto, mas estávamos muito cansadas para ir a qualquer lugar antes de um banho.
Seguindo a recomendação de alguns sites levamos euros para ser trocado por pesos conversíveis (CUC). Na época o cambio era de 1 euro = 1,18 CUCs.
Ficamos no Hotel Habana Libre, construção que faz parte da historia de Havana. Na época da revolução, Fidel ficou hospedado lá e o hotel foi o centro de comando por três meses.
O hotel é bem localizado e uma das construções mais altas de Cuba. Ficamos no 22º andar e a vista para o mar era maravilhosa. As acomodações, apesar de o hotel ser cinco estrelas não eram as melhores. O quarto é espaçoso, a cama confortável, mas o hotel é todo acarpetado, o que atacou minha alergia - parece aqueles hotéis antigos do Rio de Janeiro. Outro problema são os elevadores, apesar de serem  seis,  pelo grande número de quartos, sempre demora para conseguir descer. O café da manhã é farto, mas sempre muito movimentado.
O Hotel fica no bairro de Vedado, um bairro mais turístico, onde está concentrada a maior parte dos hotéis.

Nas proximidades ficam a famosa Sorveteria Coppelia e o Hotel Nacional.  
Saímos para conhecer a vizinhança. Ao lado do nosso hotel, parada obrigatória para tomar um sorvete na Coppelia - a sorveteria ficou famosa por ser cenário do filme Morango e Chocolate. Existe uma parte para turistas (em CUC), que um guarda nos direcionou. Na outra parte uma longa fila de cubanos para comprar o sorvete em pesos cubanos (infinitamente mais barato).
Só tinham três sabores de sorvetes, e o gosto não é nada demais.  Dica: a água aqui é bem mais barata que nos outros lugares.

De lá rumamos para o Malecon, a avenida de frente ao mar e encontramos o Hotel Nacional, construção imponente e muito bela, que se destaca na paisagem de Havana. Entramos para tomar nosso primeiro Mojito (4 CUCs) nos jardins do hotel, de frente ao mar, vendo o pôr-do-sol, uma experiência incrível.  

Andando pelo bairro fomos abordados por um casal com uma criança pequena. Eles puxaram assunto e perguntaram se queríamos conhecer o centro de Havana, onde realmente viviam os cubanos. Inocentemente aceitamos e fomos levadas a Calle Jon de Hamel, uma rua totalmente decorada com arte, que todos os domingos tem rumba, com apresentação de Santeria (religião local parecida com umbanda). Depois disso nos levaram a uma casa de família, onde eram vendidos os famosos charutos cubanos a preços mais baixo que nas lojas. Essas casas  são chamadas de cooperativas – trabalhadores das fábricas de charutos recebem o pagamento em produtos e revendem a preços mais baixos. Eu paguei 50,00 CUCs por uma caixa com 25 Cohibas. Vale a pena pechinchar, tudo em Cuba se negocia, desde taxi, até charutos. Depois nos indicaram um restaurante (eles ganham comissão), mas como estávamos sem dinheiro não almoçamos, porém a intenção deles era almoçar com agente e que agente pagasse. Depois de muito trabalho para se livrar do restaurante eles nos acompanharam até o hotel e a mulher nos pediu uma blusinha como pagamento. Nos sentimos pressionadas, mas acabamos dando por pena, já que lá é muito difícil para eles comprarem essas coisas. Portanto, cuidado, você será abordado a todo momento pelas ruas, e por trás da camaradagem aparente, eles sempre querem levar alguma vantagem e conseguir algum dinheiro.  No regime deles, eles tem uma caderneta de consumo,  onde podem consumir 7 ovos  por mês, um litro de leite por mês, um pão por dia...  Tudo que foge disso não pode ser comprado pela moeda delas, somente com CUC, por isso eles fazem de tudo pra conseguir algum dinheiro com turistas. O salário deles é muito baixo e não dá para o consumo mensal (300 a 600 pesos cubanos ou em média 25 CUCs), por isso todos tem uma outra função além da oficial para sobreviver.

A noite fomos jantar, como sempre fomos abordadas na rua e nos indicaram um restaurante familiar, lá chamado Paladar, onde a pessoa serve na sua casa comida caseira. Deveria ser mais barato que nos restaurantes, mas na prática isso não é verdade, pagamos 20,00 CUCs cada numa refeição com bebida, preço normal de qualquer restaurante. Uma curiosidade é que lá não se encontrada carne de vaca, somente frango, frutos do mar e carne de cerdo.
Lição aprendida, nos outros dias tudo que nos ofereciam nos recusavamos.

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